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Flávia Costa

Desembaraço

V. N. Cerveira (PT), 2017

Desembaraço é um projeto contextual desenvolvido durante período de Residência Artística enquadrada na XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira (Portugal). A possibilidade de viver de forma situada na vila durante duas semanas no mês de junho de 2018 permitiu-me desenvolver um exercício imersivo de descoberta da cidade. Durante esse período dediquei-me a caminhar pelo espaço descobrindo a sua morfologia, ruas e enumerando as arquiteturas descartáveis existentes.

Flávia Costa, Composição I. Proj. Desembaraço, V.N.Cerveira (PT), 2017.
Flávia Costa, Composição I.
Proj. Desembaraço, V. N. Cerveira (PT), 2017.

De entre as várias construções temporárias destacaram-se as “varas de pesca” ou “varas de rede”. Estruturas vernaculares específicas de uma porção de território na margem portuguesa do rio Minho usadas pelos pescadores para manutenção das redes da pesca do sável e da lampreia. Ainda que permaneçam na zona piscatória o ano inteiro a sua utilização destas estruturas é temporária centrando-se entre os mês de Janeiro e Maio. Intervalo temporal que surgem desenhadas ao seu redor sobre as ervas um conjunto de linhas das movimentações realizados pelos pescadores que frequentam o espaço.

Flávia Costa, Varas de pesca. Proj. Desembaraço, V.N.Cerveira (PT), 2017
Varas de pesca, V. N.Cerveira (Pt), 2017.

A obra Desembaraço é um desenho-instalação assumidamente efémero, na medida em que está depende do espaço para existir, mas também pela associação à natureza temporária do objeto e dos seus processos de produção.

É composto por um desenho realizado diretamente sobre a parede (plano frontal), que se prolonga em certos momentos para o chão (plano horizontal); três estruturas de madeira carbonizada, que emergem da parede e servem de suporte para um conjunto de fios negros, que totalizam os metros de percursos efémeros (desire lines) existentes na altura.

Flávia Costa, Fotografias da Montagem de Desembaraço Proj. Desembaraço, V.N. Cerveira (PT), 2017.
Registo fotográfico da montagem de Desembaraço.

No seu conjunto, os diferentes elementos criam uma ilusão de continuidade entre planos, que acontece pela expansão dos suportes do desenho para um espaço de imersão. O que o torna capaz de gerar a experiência de um corpo presente, um “estar aí” na lógica de um diorama (Almeida, 2008). Neste caso, para apreendermos a obra é preciso percorrê-la, passar entre as suas aberturas numa reconstrução constante do sentido. Ver é aqui também um acto incorporado.

Detalhe da peça Desembaraço, V.N.Cerveira , Portugal, 2017
Detalhe I de Desembaraço.
Flávia Costa, Detalhe I de Desembaraço (desenho na parede), Proj. Desembaraço, V. N. de Cerveira (PT), julho - setembro 2017.
Detalhe II de Desembaraço (desenho na parede).
Flávia Costa, Desembaraço, Proj. Desembaraço, V. N. de Cerveira (PT), julho - setembro 2017.
Desembaraço, Flávia Costa, V.N.Cerveira (Pt), julho – setembro 2017.

Desembaraço foi desenvolvido para uma ala em particular da galeria da Casa do artista Jaime Isidoro e apresentado publicamente na XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira (2017).


Ficha Técnica

Título: Desembaraço

Técnica: Desenho na parede a carvão vegetal, pinho carbonizado e

vedantes industriais

Dimensões: 700 x 300 x 300 cm

Categoria: Hiperdesenho (trabalho de site specificity); Desenho

Espaço de instalação: Casa do pintor Jaime Isidoro, V.N. Cerveira (Pt)

julho- setembro 2017.

Contexto: Exposição Coletiva (nacional) Liberdade imprescindível

(ação e pensamento) integrada na XIX BIAC – Bienal Internacional de

Arte de Cerveira (2017);

Data: V.N.Cerveira (Pt), julho-setembro 2017.

Comunicação e Publicação Internacional (artigo) com aferição científica:

16th Internacional Meeting of Art and Technology: #16.ART: Artis

intelligentia: IMAGINING THE REAL, Porto-FBAUP (11-14 outubro

2017) com a comunicação SEM ESPAÇO Arquiteturas descartáveis da

cidade – Uma investigação em Desenho. Projeto Desembaraço.